Não sei bem quando foi, mas a nova novela do horário nobre da Globo apresentou uma cena polêmica. O personagem interpretado por Stênio Garcia fazia um ataque para lá de racista contra o personagem de Lázaro Ramos. Não vi a cena. O que vi foi uma espécie de retrospectiva comentada no programa Vídeo Show. Eis um dos efeitos colaterais de se passar um feriado em casa. Você acaba assistindo a certas porcarias e jura que foi por falta de opção. A minha desculpa dessa vez foi estar na casa da minha sogra, onde não há TV a cabo. Se você quiser acreditar nisso, agradeço.
Mas não é sobre isso que quero falar. É sobre uma frase de Stênio Garcia durante seu depoimento sobre a cena que realizou. Em um determinado momento, ele descreveu as leis que regem o crime de racismo e soltou uma frase bastante intrigante. Foi mais ou menos assim: “Antes de ofender alguém por sua raça, pense bem, porque isso é crime...”
Interessantíssimo esse raciocínio. Quer dizer que o problema não é ter um insulto racista em mente, é tão somente expressá-lo? Isso é o que não pode?
Minha pergunta é a seguinte: Afinal, o que é que esse pensamento estava fazendo na sua cabeça, em primeiro lugar?
Racismo é uma mácula. Um tumor que cresce com a gente. Nasce dentro de nossa própria casa, inserido por nossa família. Nossas mães, pais, irmãos e irmãs mais velhos, tios, tias, primos e primas. Vovós e vovôs não ficam de fora. Mas isso é até compreensível. As idéias mais absurdas e idiotas são impressas em nossas mentes dentro de nossas próprias casas. Não nascem conosco, mas aprendemos.
Volto à tolerância. Concordo que é o primeiro passo. Mas não se engane, pensando que é suficiente. A imensa maioria utiliza a tolerância como uma muleta. Toleram as diferenças. Mas e o passo seguinte? O de renegar todo o lixo que aprendemos e apagá-lo de nossos espíritos?
O problema não é você guardar para si todas as idéias racistas que aprendeu com sua mãe. O problema é você ainda ter essas idéias.
Agora é uma hora tão boa quanto qualquer outra para começar a rever seus valores. Se me dá licença, eu tenho vários para revisar...
domingo, 18 de novembro de 2007
sábado, 10 de novembro de 2007
Catálogo da fauna do transporte público paulista – 1
Tartaruga Corcunda (Tartarugus encostus)
Espécie muito difundida. Pode ser encontrada em todos os sistemas de transporte público de São Paulo, do metrô ao carrinho de mão. Embora existam inúmeras subespécies, são facilmente identificáveis pela corcunda volumosa que carregam, com a qual obstruem corredores e catracas.
Suas corcundas não possuem nenhum tipo de ligação nervosa, por isso, não sentem quando são tocadas ou, o mais comum, tocam outros seres. Um hábito bastante comum das tartarugas corcundas é o de apoiar sua corcova sobre outros animais da fauna do transporte público.
Possuem audição e senso prático altamente deficitários. Também são analfabetos funcionais. Esta é a razão por que sempre ignoram os avisos, escritos e sonoros, para que coloquem as malditas corcundas à frente do corpo ao ingressarem nos trens e ônibus.
Espécie muito difundida. Pode ser encontrada em todos os sistemas de transporte público de São Paulo, do metrô ao carrinho de mão. Embora existam inúmeras subespécies, são facilmente identificáveis pela corcunda volumosa que carregam, com a qual obstruem corredores e catracas.
Suas corcundas não possuem nenhum tipo de ligação nervosa, por isso, não sentem quando são tocadas ou, o mais comum, tocam outros seres. Um hábito bastante comum das tartarugas corcundas é o de apoiar sua corcova sobre outros animais da fauna do transporte público.
Possuem audição e senso prático altamente deficitários. Também são analfabetos funcionais. Esta é a razão por que sempre ignoram os avisos, escritos e sonoros, para que coloquem as malditas corcundas à frente do corpo ao ingressarem nos trens e ônibus.
domingo, 4 de novembro de 2007
Evolução - 2
Existe um momento em “Admirável mundo novo”, de Aldous Huxley, em que se discute a ilusão que é considerar o desenvolvimento tecnológico como sinal de evolução.
Realmente, não é!
Hoje, temos tecnologia suficiente para evitar muitos dos problemas que vão, eventualmente, consumir nosso planeta.
Poderíamos estar dirigindo automóveis elétricos ou mesmo a hidrogênio. Um engenheiro do Rio Grande do Sul circula com um carro movido a óleo de cozinha. No entanto, cá estamos nós, poluindo a atmosfera com nossos escapamentos alimentados por gasolina e óleo diesel.
Vou usar São Paulo como exemplo, só porque vivo nesta cidade e sinto na pele um de seus problemas. Qualquer um, em sã consciência, sabe que o trânsito de São Paulo segue em direção a um colapso. Cerca de 100 novos carros chegam às ruas por dia. A solução é evidente: melhorar o transporte público! O metrô já está defasado. Os trens, nem se fala. Os ônibus são uma piada. Onde estão os corredores de ônibus, os trens modernos, as linhas ampliadas, as ciclovias?
A internet e tantas outras tecnologias trazem a possibilidade de fazer conferências a distância. Mesmo assim, nunca se viajou tanto a negócios.
O computador trouxe facilidades. Eu, que trabalho em estúdio, em uma agência de propaganda, sei o que isso significa. Quando comecei, os layouts eram feitos com tintas e pincéis. Um trabalho que consumia quatro horas, hoje não leva mais do que meia hora. No entanto, nunca se trabalhou tanto. A jornada de trabalho, que deveria ficar mais branda, tornou-se muito mais pesada. A tecnologia, esperava-se, viria para facilitar a vida das pessoas. Para permitir que tivessem mais contato com seus entes queridos. Apesar disso, os pais estão cada vez mais ausentes.
Tantos métodos anticoncepcionais... Ainda assim, caminhamos para uma superpopulação. Isso não é progresso. O mundo não está preparado para agüentar tantos de nós. Ele cobrará seu preço.
Avanço tecnológico sem bom senso não adianta nada.
Realmente, não é!
Hoje, temos tecnologia suficiente para evitar muitos dos problemas que vão, eventualmente, consumir nosso planeta.
Poderíamos estar dirigindo automóveis elétricos ou mesmo a hidrogênio. Um engenheiro do Rio Grande do Sul circula com um carro movido a óleo de cozinha. No entanto, cá estamos nós, poluindo a atmosfera com nossos escapamentos alimentados por gasolina e óleo diesel.
Vou usar São Paulo como exemplo, só porque vivo nesta cidade e sinto na pele um de seus problemas. Qualquer um, em sã consciência, sabe que o trânsito de São Paulo segue em direção a um colapso. Cerca de 100 novos carros chegam às ruas por dia. A solução é evidente: melhorar o transporte público! O metrô já está defasado. Os trens, nem se fala. Os ônibus são uma piada. Onde estão os corredores de ônibus, os trens modernos, as linhas ampliadas, as ciclovias?
A internet e tantas outras tecnologias trazem a possibilidade de fazer conferências a distância. Mesmo assim, nunca se viajou tanto a negócios.
O computador trouxe facilidades. Eu, que trabalho em estúdio, em uma agência de propaganda, sei o que isso significa. Quando comecei, os layouts eram feitos com tintas e pincéis. Um trabalho que consumia quatro horas, hoje não leva mais do que meia hora. No entanto, nunca se trabalhou tanto. A jornada de trabalho, que deveria ficar mais branda, tornou-se muito mais pesada. A tecnologia, esperava-se, viria para facilitar a vida das pessoas. Para permitir que tivessem mais contato com seus entes queridos. Apesar disso, os pais estão cada vez mais ausentes.
Tantos métodos anticoncepcionais... Ainda assim, caminhamos para uma superpopulação. Isso não é progresso. O mundo não está preparado para agüentar tantos de nós. Ele cobrará seu preço.
Avanço tecnológico sem bom senso não adianta nada.
Evolução - 1
O ser humano não é o supra-sumo da criação. Não é a obra-prima, uma quase divindade, o dono do mundo! O que motiva o ser humano? Ter recursos disponíveis para não passar fome e um consorte para reproduzir-se. Resumindo: comida e sexo.
É uma programação presente em todo ser vivo, desde o mais elementar até o mais complexo que, dizem, somos nós.
Observe nossa história. Grupos organizam-se, criam estratégias de guerra e política, tudo com a simples intenção de invadir um território alheio para saquear recursos e escravizar outros seres humanos. Uma infinidade de outros animais, supostamente menos evoluídos, faz a mesma coisa.
Guerras começaram e terminaram com o mesmo objetivo. Você assistiu a “Gladiador”, de Ridley Scott? No início do filme, o exército romano está lutando a última batalha contra tribos germânicas. O personagem principal, em suas conversas, seja com outros generais, seja com o próprio imperador romano, diz que está naquela luta para levar os ideais de Roma para o mundo. Para espalhar a idéia de democracia e justiça. Tudo muito bonito para um filme. Mas É UM FILME!
Os romanos não fizeram nada diferente daquilo que se fazia antes ou depois deles. Invadiam territórios, anexavam terras, saqueavam recursos e escravizavam os nativos.
Assim era feita a história. Hoje, quando lemos a respeito, respiramos aliviados. Afinal, pensamos, a civilização evoluiu. Já não lutamos mais pelos mesmos motivos. Tudo é diferente, agora. Somos muito mais evoluídos.
Acorde!
Você pode realmente me explicar que diabos o exército norte-americano foi fazer no Iraque? Levar a democracia? Acredita mesmo nisso? Isso, só para mencionar o exemplo mais descarado.
Os campos de batalha podem não ser os mesmos, nem as estratégias, mas o que você pensa que rege o capitalismo? Empresas montam estratégias para derrubar as concorrentes, tomar seus clientes, contratar seus funcionários por salários cada vez menores. Não é a toa que “A arte da guerra” é o livro preferido dos empresários.
É uma programação presente em todo ser vivo, desde o mais elementar até o mais complexo que, dizem, somos nós.
Observe nossa história. Grupos organizam-se, criam estratégias de guerra e política, tudo com a simples intenção de invadir um território alheio para saquear recursos e escravizar outros seres humanos. Uma infinidade de outros animais, supostamente menos evoluídos, faz a mesma coisa.
Guerras começaram e terminaram com o mesmo objetivo. Você assistiu a “Gladiador”, de Ridley Scott? No início do filme, o exército romano está lutando a última batalha contra tribos germânicas. O personagem principal, em suas conversas, seja com outros generais, seja com o próprio imperador romano, diz que está naquela luta para levar os ideais de Roma para o mundo. Para espalhar a idéia de democracia e justiça. Tudo muito bonito para um filme. Mas É UM FILME!
Os romanos não fizeram nada diferente daquilo que se fazia antes ou depois deles. Invadiam territórios, anexavam terras, saqueavam recursos e escravizavam os nativos.
Assim era feita a história. Hoje, quando lemos a respeito, respiramos aliviados. Afinal, pensamos, a civilização evoluiu. Já não lutamos mais pelos mesmos motivos. Tudo é diferente, agora. Somos muito mais evoluídos.
Acorde!
Você pode realmente me explicar que diabos o exército norte-americano foi fazer no Iraque? Levar a democracia? Acredita mesmo nisso? Isso, só para mencionar o exemplo mais descarado.
Os campos de batalha podem não ser os mesmos, nem as estratégias, mas o que você pensa que rege o capitalismo? Empresas montam estratégias para derrubar as concorrentes, tomar seus clientes, contratar seus funcionários por salários cada vez menores. Não é a toa que “A arte da guerra” é o livro preferido dos empresários.
livros, quadrinhos, cinema, teatro, rock
evolução,
gladiador,
guerra do iraque,
história,
roma
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Lobo solitário
Segunda metade da década de 80. Ao reconhecer a inestimável influência que teria sofrido da obra Kozure Okami, de Kazuo Koike e Goseki Kojima, Frank Miller inspirou os editores da First Comics a trazer esta obra e batizá-la como Lone Wolf and Cub.
Ainda engatinhando nesse mercado, a First, como tantas outras editoras americanas fizeram nos anos seguintes, deu início a uma desastrada tentativa de adaptar os mangás (como são conhecidos os quadrinhos japoneses) ao padrão norte-americano, ou seja, revistas mensais, com vinte e poucas páginas, no formato 17 x 26 cm. Assim, Kozure Okami foi retalhada em 45 volumes que não chegaram nem perto do final da história.
Originalmente, a obra tem cerca de 8500 páginas. O mesmo absurdo aconteceu com outros trabalhos japoneses, como Akira, que recebeu cores computadorizadas. No Brasil, a Cedibra foi a primeira editora a publicar Lobo Solitário. Seguiu o padrão norte-americano, incluindo as capas ilustradas por Frank Miller. Não passou da nona edição. Não se pode culpar a obra. A editora foi à falência. O mesmo aconteceu com a First Comics, que teria mesmo chegado a ser a terceira maior editora de super-heróis norte-americana. Marvel e DC, obviamente, eram as primeiras.
A Sampa Editorial chegou a assumir a publicação, imprimindo as revistas num formato mais próximo ao do original, e foi a que chegou mais longe com a série. Mesmo assim, ainda ficou distante da conclusão.
No final da década de 90, a Dark Horse voltou a publicar Lone Wolf and Cub. Dessa vez, no formato original japonês (segundo eles disseram; eu mesmo nunca pude conferir), os 28 volumes, ainda que com a inversão de leitura ocidental, foram enfim publicados. A Panini publicou por aqui, finalmente. Assim, quase 30 anos depois de ter sido publicada em seu país de origem, Kozure Okami finalmente pôde ser apreciada pelo público brasileiro.
Espero que você tenha sido um desses apreciadores.
As páginas de mangás publicadas mensalmente apresentam números irreais para nossa cultura. Pasmem, mas ainda hoje ouço comentários ignorantes sobre a leitura de histórias em quadrinhos.
Concordo que há muito lixo sendo publicado. Mas não existe nenhum lixo entre os filmes que atolam nossos cinemas ou nas estantes abarrotadas de livros, muito menos nas prateleiras de CDs?
Mas isso é uma discussão para outro post. Agora, estamos falando de Lobo Solitário.
Itto Ogami era o executor oficial do shogun, ou seja, uma das peças da tríade criada pelo governo para controlar os senhores feudais. Os outros dois grupos eram os espiões e os assassinos, esses chefiados por Retsudo Yagyu. Após cair, vítima de uma conspiração dos Yagyu, Ogami torna-se um ronin, um samurai sem mestre (um senhor, um empregador, não um professor) e parte com seu filho recém-nascido, Daigoro, para uma saga de vingança. Torna-se um assassino de aluguel, no intuito de acumular dinheiro e, principalmente, igualar seu espírito ao de seus inimigos.
Este é o argumento principal da série, que leva o personagem principal a percorrer um caminho sangrento que é usado pelos autores para retratar o Japão medieval, seus costumes e sua história.
Os personagens principais são inspirados em personagens reais, mas não são retratos fiéis.
A obra é simplesmente fantástica. Nenhum diálogo é apressado, nenhuma ação corre mais rápido do que o necessário, só para economizar tinta. Existem inúmeros quadros cuja única função é apresentar cenários e essa apresentação pode se estender por várias páginas. Tudo é feito para que o leitor possa apreciar a série em todos os seus momentos, sejam os mais poéticos, sejam os mais agitados – como nas cenas de batalha, em que a tinta parece querer sair do papel com o sangue que, embora representado pelo preto do nanquim, você tem certeza de que é vermelho e que cheira a ferro.
Lobo Solitário é obra indispensável para quem se diz fã de histórias em quadrinhos. Muito boa para quem ainda acredita que HQ é uma exclusividade infantil ou de pessoas de pouca inteligência.
Ainda engatinhando nesse mercado, a First, como tantas outras editoras americanas fizeram nos anos seguintes, deu início a uma desastrada tentativa de adaptar os mangás (como são conhecidos os quadrinhos japoneses) ao padrão norte-americano, ou seja, revistas mensais, com vinte e poucas páginas, no formato 17 x 26 cm. Assim, Kozure Okami foi retalhada em 45 volumes que não chegaram nem perto do final da história.
Originalmente, a obra tem cerca de 8500 páginas. O mesmo absurdo aconteceu com outros trabalhos japoneses, como Akira, que recebeu cores computadorizadas. No Brasil, a Cedibra foi a primeira editora a publicar Lobo Solitário. Seguiu o padrão norte-americano, incluindo as capas ilustradas por Frank Miller. Não passou da nona edição. Não se pode culpar a obra. A editora foi à falência. O mesmo aconteceu com a First Comics, que teria mesmo chegado a ser a terceira maior editora de super-heróis norte-americana. Marvel e DC, obviamente, eram as primeiras.
A Sampa Editorial chegou a assumir a publicação, imprimindo as revistas num formato mais próximo ao do original, e foi a que chegou mais longe com a série. Mesmo assim, ainda ficou distante da conclusão.
No final da década de 90, a Dark Horse voltou a publicar Lone Wolf and Cub. Dessa vez, no formato original japonês (segundo eles disseram; eu mesmo nunca pude conferir), os 28 volumes, ainda que com a inversão de leitura ocidental, foram enfim publicados. A Panini publicou por aqui, finalmente. Assim, quase 30 anos depois de ter sido publicada em seu país de origem, Kozure Okami finalmente pôde ser apreciada pelo público brasileiro.
Espero que você tenha sido um desses apreciadores.
As páginas de mangás publicadas mensalmente apresentam números irreais para nossa cultura. Pasmem, mas ainda hoje ouço comentários ignorantes sobre a leitura de histórias em quadrinhos.
Concordo que há muito lixo sendo publicado. Mas não existe nenhum lixo entre os filmes que atolam nossos cinemas ou nas estantes abarrotadas de livros, muito menos nas prateleiras de CDs?
Mas isso é uma discussão para outro post. Agora, estamos falando de Lobo Solitário.
Itto Ogami era o executor oficial do shogun, ou seja, uma das peças da tríade criada pelo governo para controlar os senhores feudais. Os outros dois grupos eram os espiões e os assassinos, esses chefiados por Retsudo Yagyu. Após cair, vítima de uma conspiração dos Yagyu, Ogami torna-se um ronin, um samurai sem mestre (um senhor, um empregador, não um professor) e parte com seu filho recém-nascido, Daigoro, para uma saga de vingança. Torna-se um assassino de aluguel, no intuito de acumular dinheiro e, principalmente, igualar seu espírito ao de seus inimigos.
Este é o argumento principal da série, que leva o personagem principal a percorrer um caminho sangrento que é usado pelos autores para retratar o Japão medieval, seus costumes e sua história.
Os personagens principais são inspirados em personagens reais, mas não são retratos fiéis.
A obra é simplesmente fantástica. Nenhum diálogo é apressado, nenhuma ação corre mais rápido do que o necessário, só para economizar tinta. Existem inúmeros quadros cuja única função é apresentar cenários e essa apresentação pode se estender por várias páginas. Tudo é feito para que o leitor possa apreciar a série em todos os seus momentos, sejam os mais poéticos, sejam os mais agitados – como nas cenas de batalha, em que a tinta parece querer sair do papel com o sangue que, embora representado pelo preto do nanquim, você tem certeza de que é vermelho e que cheira a ferro.
Lobo Solitário é obra indispensável para quem se diz fã de histórias em quadrinhos. Muito boa para quem ainda acredita que HQ é uma exclusividade infantil ou de pessoas de pouca inteligência.
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