terça-feira, 20 de maio de 2008

Noves fora


Alguém mais viu a homenagem do nosso Ministro da Cultura ao milésimo programa do Faustão? Ele disse que tentou calcular quanto um programa semanal apresentado mil vezes correspondia em anos (eu disse ANOS). Depois de muito pensar, ele desistiu do cálculo.
Vamos ajudar nosso caro Ministro.
Sua Excelência, aqui vai a fórmula, diretamente das aulas de Didi Mocó: O ano tem 365 dias. Noves fora, cai um 7, escorregou um 9 ali atrás, cuidado com o 5 caindo...
Também desisto!

sábado, 17 de maio de 2008

Os novos inquilinos – capítulo 2

Levou um pouco mais de dois ciclos lunares até as tatuas o desenterrarem. Era realmente grande e fantástico. Th não conseguia conter sua excitação. Na verdade, nem se importava em tentar. Dançava e cuspia como um primário recém-nascido. Era o primeiro a encontrar um ser humano perfeitamente conservado.
As tatuas que trabalhavam na escavação não conseguiam erguer o ser humano sozinhas. Foi necessário contratar duas equipes extras. Th acompanhou todo o trabalho de perto e permitiu que Sh estivesse presente. Ele gostava do jovem e já o considerava seu pupilo, mesmo que não tivesse formalizado a contratação com os pais de Sh.

O fóssil de ser humano foi levado para o laboratório de Th, onde foi examinado por um ciclo solar inteiro. Durante esse tempo, a saliva de Sh alcançou a salinização necessária e ele pôde participar de sua primeira poça de discussão.
É costume que a primeira discussão de um jovem seja realizada com outros jovens como ele, para que a inexperiência não atrapalhe debates importantes que já estejam avançados. Sh ficou frustrado. Os outros jovens que debateram com ele tinham interesses ordinários. A colheita, o clima, o futuro das relações comerciais com as tatuas e os cavalhos... Quando ele cuspiu a descoberta de Th, o assunto foi rapidamente descartado. Os outros não tinham informações suficientes para falar do assunto. O debate terminou quando discutiam sobre a moda das faixas aromáticas para as pernas das fêmeas.
Mas a frustração de Th logo foi esquecida. Havia chegado o grande dia. O dia em que Sh apresentaria os resultados de sua análise do fóssil de ser humano encontrado.
Uma grande poça foi preparada. Os maiores debatedores e pesquisadores reuniram-se à sua volta. Não havia lugar para jovens, mas Sh conseguiu reservar um cantinho para Th poder sorver o que ele tinha a dizer em primeira-língua.
Th chegou com toda a majestade e arrogância a que um grande pesquisador tem direito quando vai apresentar sua maior descoberta.
O que Sh cuspiu na poça foi isso:
“O espécime desenterrado tinha quatro metros de comprimento e aproximadamente um metro e sessenta de altura. Seu corpo era formado por uma liga à base de carbono e diversos metais. Locomoviam-se sobre quatro membros cilíndricos. Dentro do fóssil, encontrei um pré-h, cuja identificação é esta.”
Quando chegavam nessa parte, os debatedores olhavam para Sh, que segurava a carteira de motorista de Arnaldo. Voltavam a sorver.
“Acredito que esta era a forma de identificação dos pré-hs e que os seres humanos os devoravam e escravizavam para propósitos que ainda não ficaram devidamente esclarecidos.”

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Ó lá balão...

Antes de tudo, devo pedir desculpas aos gatos pingados que acompanham este blog. A ausência não tem uma justificativa nobre. Foi puro desleixo.
Falemos sobre um dos assuntos mais comentados atualmente: o padre dos balões.
...
Bem... na verdade, não há muito que falar. O cara foi um completo imbecil. Enumeremos:
- Amarrou mais de mil balões nas costas para voar... sem saber voar.
- Não sabia manusear o GPS
- Não levou baterias de celular extras
- Não levou as condições meteorológicas em consideração.
- Protegeu-se do frio com folhas de alumínio.
- Não tinha autorização dos órgãos competentes.
Esse último foi o mais grave, a meu ver. E se, por uma idiotice egomaníaca, um avião acaba caindo? E eu ainda não mencionei o mal que mil balões de festa podem fazer, jogados no mar, matando tartarugas engasgadas.
Não sejamos condescendentes. Nada de eufemismos para não ofender os mortos. Se os católicos estão certos em sua visão do pós-morte, este padre deve estar, no mínimo, no purgatório, respondendo por sua burrice e falta de respeito à vida. A dele e a dos outros.