domingo, 29 de junho de 2008

Wall-E


Wall-E é a nova animação da Pixar. Elogiar o padrão de qualidade deles já se tornou um clichê. Fica evidente que cada passo, cada linha e bit de um filme da Pixar é minuciosamente planejado, avaliado e experimentado à exaustão. Wall-E, assim como todos os trabalhos anteriores, não deixa margem para críticas. Desde a idéia inicial até a renderização final.
A qualidade maior de Wall-E, no entanto, não se encontra na competência técnica da Pixar, mas em sua preocupação em respeitar a inteligência do espectador. E, por espectador, não me refiro apenas às crianças. Wall-E é animação para todas as idades.
Neste filme, eles escolheram beber da fonte mais revolucionária e competente da história do cinema. Charles Chaplin. Sim, Wall-E é a personificação (ou seria automatização?) do personagem vagabundo de Chaplin. Os sentimentos puros e simples do robô solitário. Sua entrega desastrosa a uma paixão inocente por EVA, a robô avançada, por quem ele não mede sacrifícios. Momentos de humor pastelão, seguidos de cenas quase poéticas.
A crítica social também está presente, com a denunciada desumanização e descaso com o meio ambiente. Chaplin era crítico ferrenho dos males da industrialização da primeira metade do século XX. Não faltou nem a ridicularização da autoridade, com os chutes na bunda do policial.
Existe um tom feliz e esperançoso no final do filme. Há quem o critique por isso. Afinal, um filme sobre a destruição do planeta não deveria terminar de uma forma mais contundente?
Minha opinião pessoal? Não. A esperança não desqualifica a denúncia.
Se você estava em dúvida, não é do tipo “chato que não gosta de desenho animado” ou mesmo o “chato que só assiste a animes”, pode ir tranqüilo... ou tranqüila. Wall-E é bom cinema.
Tanto quanto era Chaplin.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Dona Ruth Cardoso

A morte da ex-primeira dama é triste. Ela foi a última a honrar o cargo.
Você se lembra da esposa do general João Batista? E da ex do Collor, com seus pais coroneis latifundiários? E a sem-calcinha de Itamar? Ok, a última não era primeira-dama, mas valeu muitas piadas.
Temos, atualmente, a Mudamarisa. Não fala, não participa, não se manifesta.
Podemos acreditar no que quisermos sobre o governo atual e o anterior. Verdade é que a morte de Dona Ruth Cardoso é uma perda para o país.

Punisher Max

Acabei de ler o arco "Widowmaker" de Punisher (linha Max). No Brasil, Punisher está sendo publicado no mix "Marvel Max" da Panini. Ainda estão no arco de Barracuda, alguns números anteriores ao que mencionei.
Mas esses são detalhes que não interessam...
O que interessa é que Garth Ennis está deixando o título. Há quem ame, quem odeie e quem não dá a mínima para o trabalho dele. Na minha humilde opinião, Ennis está entre os grandes roteiristas de quadrinhos da atualidade. Não sei exatamente quais são suas posições políticas nem suas preferências. O que sei é que ele sabe contar uma história e que sou fã de seu trabalho desde Preacher. É uma pena que ele esteja deixando Punisher. Ele revitalizou o personagem. Seguindo o padrão da Marvel, é capaz que Punisher acabe nas mãos de algum escritor medíocre (ainda não engoli a troca de Millar por Loeb no Ultimates).
Ennis assumiu o título quando ele ainda fazia parte da linha "Marvel Knights". Quando a Marvel consolidou sua linha adulta (Max), Punisher migrou para o novo selo, ainda escrito por Garth Ennis. Alguns fãs e críticos esperavam que, com a liberdade que uma linha adulta, no estilo Vertigo, garante, Garth Ennis retomaria seus áureos tempos de Preacher.
Não sei dizer bem o que esperavam.
O que vi de Punisher Max é muito bem escrito. O humor negro diminuiu, dando mais espaço à ultra-violência e dramas pungentes. Steve Dillon não desenha mais, mas os artistas que o substituíram não fizeram feio.
Minha intenção com este post é apenas defender uma obra bem trabalhada. Não, não é uma obra-prima, mas não é a merda que já vi rotularem por ai.