Tesão tornou-se um troço bastante cansativo. A imprensa martela na nossa cabeça o que é atraente. E dá-lhe engolir cenas de sexo brilhantemente coreografadas. Até os filmes pornôs seguem uma cartilha. “Primeiro, assim, depois assado. Grite isso, gema aquilo, agora você goza, depois é a vez dele...”
As revistas consertam as mulheres no Photoshop e enfiam na sua goela, fazendo-o repetir que fulana é gostosa, que sicrana é maravilhosa, que a parte do corpo que você tem que gostar é essa ou aquela...
As revistas de comportamento feminino não ficam atrás: “faça isso para ter orgasmos múltiplos...” Dando origem a uma legião de mulheres sentindo-se mal comidas porque não gozaram cinco vezes enquanto o cara as penetrava.
Sexo tem duas funções básicas: reprodução e DIVERSÃO.
Vai deixar que decidam por você o que é divertido em algo que você faz na intimidade (ou não...)?
Menos culpa, menos diagramas, menos receitas...
Mais tesão!
P.S.: Claro que, como eu sempre digo, nada é assim tão simples:
Se você sente tesão por crianças, é bom que procure ajuda profissional, antes que a ajuda profissional procure você. Se você sente tesão por animais, é bom que procure ajuda profissional. Afinal, zoonose não é brincadeira.
Se você sente tesão por fezes e urina... bom, isso é problema seu. Só me avise para que eu não chegue muito perto!
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
domingo, 28 de outubro de 2007
Simplicidade
Tendemos às respostas simples. Mas só para os problemas que exigem soluções complexas. Para as questões simples, buscamos as respostas mais rocambolescas. Nos dois casos, essas respostas estão calcadas em crenças, medos, ideologias e outras discrepâncias.
Recentemente, um apresentador de televisão foi assaltado em pleno bairro abastado de São Paulo. Seu relógio Rolex foi levado. Utilizando sua influência, ele manifestou sua revolta e seu trauma na imprensa. Por isso, foi malhado até o último fio de cabelo.
Houve quem dissesse que ele não tinha o direito a falar, pois era rico e não sabia nada sobre a miséria que leva ao crime ou que ele é rico e nunca fez nada para ajudar os menos validos. O discurso mais comum foi que ele “deu mole”. Afinal, ficou andando por ai, desfilando sua riqueza, pedindo para ser assaltado. Essa última crítica até entendo. Temos a tendência de jogar a culpa sobre a vítima. Nossa maneira de acreditar que, não agindo como ele agiu, nunca seremos essa vítima.
Quantas respostas simples.
Não tenho a menor intenção de defender esse sujeito. Não o conheço e nem faço questão. A única reposta simples para o que aconteceu é a seguinte: ele foi vítima de um crime e os criminosos deveriam ser punidos, de acordo com a lei.
O irônico é que a única parte simples da questão é a única com a qual poucos se importam. Levantam-se inúmeras questões sociais. Sabe-se realmente que foi a miséria que levou os dois rapazes da moto a assaltarem esse apresentador? Isso, só para começo de conversa...
Outro problema complexo: a violência nos morros cariocas, que está diretamente ligada às quadrilhas de traficantes de drogas. Causa simples que virou moda repetir (afinal, falar só da miséria não tem mais graça): as classes média e alta financiam essa violência ao consumir drogas.
Antes de mais nada, quero deixar claro que não tenho a menor intenção de defender o playboyzinho que junta as mãos em forma de pomba e puxa sua carreirinha ou fuma sua maconhinha. Nem sou defensor da legalização da maconha (também não sou fervorosamente contrário, já que nenhum dos lados conseguiu me convencer totalmente, até hoje).
Dito isso, prossigo.
Digamos que conseguimos alcançar a utopia: as classes média e alta, até a baixa, deixaram de consumir drogas. Um passe de mágica... Tiramos a fonte de renda do tráfico, o ganha-pão do traficante. Agora, não restará alternativa. Ele vai se emendar, virar um trabalhador de respeito...
E Papai Noel continua voando em seu trenó!
Culpar os consumidores de drogas é fácil e simples, mas nem sequer arranha o problema.
A solução para a escalada da violência não está em um passe de mágica. Está em um nível de vontade política e conscientização social que o brasileiro – na verdade, a grande maioria da população mundial – está longe de alcançar.
Mas é possível dar um primeiro passo. E o primeiro passo é este: nada é tão simples! Quanto antes você se conscientizar disso, mais tempo vai ter para questionar e arranhar a abrangência daquele problemão que você acreditava e jurava, de pés juntos, que tinha uma solução simples na manga da camisa.
Recentemente, um apresentador de televisão foi assaltado em pleno bairro abastado de São Paulo. Seu relógio Rolex foi levado. Utilizando sua influência, ele manifestou sua revolta e seu trauma na imprensa. Por isso, foi malhado até o último fio de cabelo.
Houve quem dissesse que ele não tinha o direito a falar, pois era rico e não sabia nada sobre a miséria que leva ao crime ou que ele é rico e nunca fez nada para ajudar os menos validos. O discurso mais comum foi que ele “deu mole”. Afinal, ficou andando por ai, desfilando sua riqueza, pedindo para ser assaltado. Essa última crítica até entendo. Temos a tendência de jogar a culpa sobre a vítima. Nossa maneira de acreditar que, não agindo como ele agiu, nunca seremos essa vítima.
Quantas respostas simples.
Não tenho a menor intenção de defender esse sujeito. Não o conheço e nem faço questão. A única reposta simples para o que aconteceu é a seguinte: ele foi vítima de um crime e os criminosos deveriam ser punidos, de acordo com a lei.
O irônico é que a única parte simples da questão é a única com a qual poucos se importam. Levantam-se inúmeras questões sociais. Sabe-se realmente que foi a miséria que levou os dois rapazes da moto a assaltarem esse apresentador? Isso, só para começo de conversa...
Outro problema complexo: a violência nos morros cariocas, que está diretamente ligada às quadrilhas de traficantes de drogas. Causa simples que virou moda repetir (afinal, falar só da miséria não tem mais graça): as classes média e alta financiam essa violência ao consumir drogas.
Antes de mais nada, quero deixar claro que não tenho a menor intenção de defender o playboyzinho que junta as mãos em forma de pomba e puxa sua carreirinha ou fuma sua maconhinha. Nem sou defensor da legalização da maconha (também não sou fervorosamente contrário, já que nenhum dos lados conseguiu me convencer totalmente, até hoje).
Dito isso, prossigo.
Digamos que conseguimos alcançar a utopia: as classes média e alta, até a baixa, deixaram de consumir drogas. Um passe de mágica... Tiramos a fonte de renda do tráfico, o ganha-pão do traficante. Agora, não restará alternativa. Ele vai se emendar, virar um trabalhador de respeito...
E Papai Noel continua voando em seu trenó!
Culpar os consumidores de drogas é fácil e simples, mas nem sequer arranha o problema.
A solução para a escalada da violência não está em um passe de mágica. Está em um nível de vontade política e conscientização social que o brasileiro – na verdade, a grande maioria da população mundial – está longe de alcançar.
Mas é possível dar um primeiro passo. E o primeiro passo é este: nada é tão simples! Quanto antes você se conscientizar disso, mais tempo vai ter para questionar e arranhar a abrangência daquele problemão que você acreditava e jurava, de pés juntos, que tinha uma solução simples na manga da camisa.
livros, quadrinhos, cinema, teatro, rock
tráfico,
tropa de elite,
violência,
vontade política
sábado, 20 de outubro de 2007
renascido
O trabalho de tradução muitas vezes é chamado de traição. Nem sempre é culpa do tradutor. Afinal, como adaptar o nome Daredevil (algo como demônio audacioso) para o português? A primeira editora (se não me engano, foi a Ebal) resolveu batizar o herói com algum nome que, pelo menos, justificasse aqueles dois Ds escritos no peito. DemoliDor. O nome novo pode não se encaixar tão bem ao personagem. Afinal, sua característica principal é não ter medo (aparentemente) e não sair por ai demolindo coisa alguma. Enfim, agora é tarde.
Na segunda metade da década de 80, os editores da Abril cometeram uma nova traição... ops... tradução livre. A saga que marcava o retorno de Frank Miller ao personagem, algum tempo depois de tê-lo salvo do cancelamento. Chamava-se Born Again. “Nascido de novo” não tem a mesma carga dramática em português. Nenhuma novidade. “O silêncio dos inocentes” não seria levado a sério por aqui se tivesse sido comercializado como o original: “Silêncio das ovelhas”. Assim, Born Again tornou-se “A queda de Murdock”.
Enquanto o original anunciava ao leitor que ele estava lendo uma total reestruturação do personagem, o título brasileiro anunciava uma desgraça eminente. E o infortúnio realmente chegou para Matt Murdock (aka Daredevil).
Na história uma antiga namorada vende sua identidade ao Kingpin, o Rei do Crime de Nova York, que, só para testar a informação, usa sua influência e poder para tirar tudo o que Murdock tinha. Desde a licença para advogar, passando por seu dinheiro, até sua casa. Murdock vai para o inferno. Mas, como não poderia deixar de ser, ele se recupera e inicia sua caminhada para fora, em direção à redenção. Daí o nome da saga original encaixar-se melhor. Pois é essa redenção que define Daredevil como um herói.
Born Again é um dos grandes trabalhos de Frank Miller, ao lado de Cavaleiro das Trevas e Sin City. Esse último, muito mais pela qualidade visual, diga-se de passagem...
Falando nisso, o trabalho de Mazzuchelli em Born Again é excepcional. Estilizado e realista, ao mesmo tempo, encaixa-se como uma luva na narração rápida, nervosa e crua de Miller.
Born Again é a saga de um herói, no que ela tem de mais mítico e inspirador. Não recomendo tão enfaticamente quanto fiz com Watchmen, que é insuperável em sua categoria. Mas se você já gosta de boas histórias em quadrinhos, dê uma chance a esta história. Reconheço que não é fácil de encontrar. Mas, se tiver a oportunidade, leia. Vale cada página.
Na segunda metade da década de 80, os editores da Abril cometeram uma nova traição... ops... tradução livre. A saga que marcava o retorno de Frank Miller ao personagem, algum tempo depois de tê-lo salvo do cancelamento. Chamava-se Born Again. “Nascido de novo” não tem a mesma carga dramática em português. Nenhuma novidade. “O silêncio dos inocentes” não seria levado a sério por aqui se tivesse sido comercializado como o original: “Silêncio das ovelhas”. Assim, Born Again tornou-se “A queda de Murdock”.
Enquanto o original anunciava ao leitor que ele estava lendo uma total reestruturação do personagem, o título brasileiro anunciava uma desgraça eminente. E o infortúnio realmente chegou para Matt Murdock (aka Daredevil).
Na história uma antiga namorada vende sua identidade ao Kingpin, o Rei do Crime de Nova York, que, só para testar a informação, usa sua influência e poder para tirar tudo o que Murdock tinha. Desde a licença para advogar, passando por seu dinheiro, até sua casa. Murdock vai para o inferno. Mas, como não poderia deixar de ser, ele se recupera e inicia sua caminhada para fora, em direção à redenção. Daí o nome da saga original encaixar-se melhor. Pois é essa redenção que define Daredevil como um herói.
Born Again é um dos grandes trabalhos de Frank Miller, ao lado de Cavaleiro das Trevas e Sin City. Esse último, muito mais pela qualidade visual, diga-se de passagem...
Falando nisso, o trabalho de Mazzuchelli em Born Again é excepcional. Estilizado e realista, ao mesmo tempo, encaixa-se como uma luva na narração rápida, nervosa e crua de Miller.
Born Again é a saga de um herói, no que ela tem de mais mítico e inspirador. Não recomendo tão enfaticamente quanto fiz com Watchmen, que é insuperável em sua categoria. Mas se você já gosta de boas histórias em quadrinhos, dê uma chance a esta história. Reconheço que não é fácil de encontrar. Mas, se tiver a oportunidade, leia. Vale cada página.
Cerca de cansaço
Não, eu não estou cansado. Estou cercado. Acredite e aterrorize-se, pois não estou sozinho e o cerco é bem variado:
Há bandidos que se transformam em mártires mal-compreendidos em filmes bem produzidos e policiais brutamontes que, justiça seja feita, finalmente começaram a ganhar seus retratos de heróis cinematográficos. Políticos de todas as ideologias que, na verdade convergem para uma só: o próprio bolso. Paulo Henrique Amorim, que fica repetindo, como um disco riscado, que a elite-paulista-golpista cria formas mirabolantes para destronar Lula. A elite-paulista-golpista, que veste a carapuça e cria um movimento sem pé nem cabeça que julgaram de bom tom batizar de “cansei”. Não dá para não pensar no Costinha, quando ele imitava uma bichinha, com sua careta medonha, desmunhecando ao som de um afetado “caaaaansei”. Hilário.
Eu realmente considero o movimento Cansei incrível. Um prodígio. Durante um mês, prepararam uma manifestação bombástica, através da imprensa. Até em TV de ônibus havia a proclamação: “Sexta-feira, dia (não lembro o dia), ao meio-dia, vamos fazer UM MINUTO DE SILÊNCIO!” Incrível! Fantástico! Com esse minuto de silêncio, ainda mais na hora do almoço, transformaríamos o País. Os corruptos aprenderiam ética, os traficantes entregariam as armas, a corrupção desapareceria de todos os recantos da nação, a burocracia seria expurgada...
Mas que frustração... nada aconteceu. Bem... o que fazer, não é?
Eles têm voz, mas preferiram pedir um minuto de silêncio. De preferência, na hora de almoço, para não atrapalhar o trabalho.
O cansei foi um movimento de casa-grande. O Brasil continua sendo uma grande senzala.
Há bandidos que se transformam em mártires mal-compreendidos em filmes bem produzidos e policiais brutamontes que, justiça seja feita, finalmente começaram a ganhar seus retratos de heróis cinematográficos. Políticos de todas as ideologias que, na verdade convergem para uma só: o próprio bolso. Paulo Henrique Amorim, que fica repetindo, como um disco riscado, que a elite-paulista-golpista cria formas mirabolantes para destronar Lula. A elite-paulista-golpista, que veste a carapuça e cria um movimento sem pé nem cabeça que julgaram de bom tom batizar de “cansei”. Não dá para não pensar no Costinha, quando ele imitava uma bichinha, com sua careta medonha, desmunhecando ao som de um afetado “caaaaansei”. Hilário.
Eu realmente considero o movimento Cansei incrível. Um prodígio. Durante um mês, prepararam uma manifestação bombástica, através da imprensa. Até em TV de ônibus havia a proclamação: “Sexta-feira, dia (não lembro o dia), ao meio-dia, vamos fazer UM MINUTO DE SILÊNCIO!” Incrível! Fantástico! Com esse minuto de silêncio, ainda mais na hora do almoço, transformaríamos o País. Os corruptos aprenderiam ética, os traficantes entregariam as armas, a corrupção desapareceria de todos os recantos da nação, a burocracia seria expurgada...
Mas que frustração... nada aconteceu. Bem... o que fazer, não é?
Eles têm voz, mas preferiram pedir um minuto de silêncio. De preferência, na hora de almoço, para não atrapalhar o trabalho.
O cansei foi um movimento de casa-grande. O Brasil continua sendo uma grande senzala.
livros, quadrinhos, cinema, teatro, rock
cansei,
ivete sangalo,
luciano huck,
regina duarte
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Watchmen
Histórias em quadrinhos são uma forma de literatura rápida e popular. Por aliar a complexidade do texto escrito à atrativa agilidade dos desenhos, os quadrinhos são ampla e facilmente consumidos e engana-se quem pensa que é uma exclusividade infantil. Já foi, é verdade. Tanto que se tornou alvo de grupos conservadores e outros neuróticos em busca de culpados para a irracionalidade de alguns seres humanos.
Quadrinhos de super-heróis são ainda mais populares, principalmente do lado de cá do Atlântico. Tanto que chegamos a acreditar que existiram desde os primórdios dessa forma de arte. Não foi assim. Nos primeiros quadrinhos, imperava o humor. Tanto que, até hoje, são chamados de comics nos EUA. Até os atuais, muitas vezes violentos e sombrios.
Assim, heróis mascarados com superpoderes povoam e sobrevoam centenas de publicações. A maioria – e digo isso para horror dos fãs xiitas – tem baixa qualidade literária, ou mesmo nenhuma. Isso sem mencionar as que nem qualidade visual possuem.
Como todo mercado inflado, pipocam descontroladamente as porcarias e, vez por outra, pululam algumas obras-primas. É assim no Japão, cuja produção de páginas de quadrinhos por mês deixa os EUA no chinelo. De lá saíram maravilhas como Lobo Solitário, Vagabond, Akira, entre outras, mas a maioria só serve para ser reciclada na próxima coleta de papel.
Dos EUA vieram, em meio à produção de quadrinhos em geral e, mais especificamente, dos quadrinhos de super-heróis, trabalhos que merecem ser lembrados como obras de arte. Entre eles, o que mais se destaca certamente é Watchmen.
Watchmen foi escrito por Alan Moore, um dos mais importantes roteiristas do mercado. Vale lembrar que ele não é americano. É inglês. Os confetes que jogo sobre ele não são desmerecidos. Alan Moore foi responsável por V de vingança, Piada mortal, Liga Extraordinária, Monstro do pântano, entre tantas outras obras. Em determinado momento, seu nome funcionava como um toque de Midas. Se tinha sido escrito por Alan Moore, só podia ser bom... Claro que isso é um dos tantos exageros de mercado. Mesmo o mais genial dos autores escorrega, de vez em quando.
Mas não é sobre escorregões que quero falar. É sobre sua obra-prima Watchmen. E, na verdade, nem quero falar tanto. Em qualquer site especializado em quadrinhos (e até em alguns que não são) você vai encontrar resenhas mais bem escritas e até mais coerentes. Algumas, provavelmente, enriquecerão seus elogios a Watchmen com paralelos literários e filosóficos. Não tenho vocação, cultura e, sinceramente, paciência para tentar essa verborragia.
Watchmen é uma saga. No significado mais abrangente do termo. Tem tantas camadas de leitura que pode ser apreciado várias vezes, cada qual por um prisma completamente novo. A autópsia psicológica que Alan Moore faz de seus personagens é assustadoramente real e perturbadora. Todo super-herói, a exemplo do herói clássico, tem seu ponto fraco, sua tragédia pessoal e sua mola impulsionadora. Os heróis de Watchmen não fogem à regra, mas suas histórias pessoais são tão reais que você poderia acreditar que eles existiram. Suas fraquezas são palpáveis.
Assusta-me saber que estão filmando uma versão para o cinema. Tenho certeza de que muita gente vai assistir ao filme e achar que conhece a obra, mas nunca a apreciará em sua plenitude. Aconteceu com os outros trabalhos de Alan Moore. Digam o que quiserem – ele está certo em dizer que não aprova e nem vê os filmes inspirados em seus quadrinhos.
Devo parar por aqui, pois tudo o que eu disser pode estragar sua leitura. Sim, porque você deve ler Watchmen. Mesmo que nunca tenha lido histórias em quadrinhos na vida, leia Watchmen. Mesmo que não goste de super-heróis. Se, uma vez na vida, você tiver de ler uma história de super-heróis, que seja Watchmen. Você não vai se arrepender.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Ts: Primeiro T (Tolerância)
Tolerância é a ordem do dia. Foi eleita a melhor solução para a irracionalidade que, paradoxalmente, parece se espalhar hoje em dia. Sim, nós vivemos tempos irracionais, caso você ainda não tenha percebido. Não mais do que sempre foram, mas não existia computador, internet, rede sanitária, escola... Ainda assim, temos crimes macabros, maníacos religiosos se jogando com aviões em prédios, outros maníacos agitando a bandeira da abstinência sexual, universitários transando sem camisinha, caras-de-pau apoiando Renan Calheiros e o Collor eleito senador. Na Palestina, judeus e muçulmanos continuam lutando. No resto do mundo, você ouve falar de conflitos entre etnias. O engraçado dessas lutas é quando mostram representantes das tais etnias. São tão parecidos que você só consegue diferenciar graças à legenda. Pergunto-me onde eles procuram as diferenças tão gritantes entre si que justifiquem as atrocidades que praticam uns contra os outros.
Para tudo isso, alardeia-se a solução mágica: Tolerância.
Sou intolerante com a tolerância.
Não quero tolerar nada nem ninguém. Isso não deveria ser necessário. Quero respeitar e ser respeitado. E quero respeito verdadeiro, não aquele vindo de convenções sociais, também conhecidas como etiqueta, ou, pior, do medo.
Tolerar é aceitar algo ou alguém que, no fundo te incomoda. Quer saber? Isso não é suficiente. Todos que você tolera, vigia constantemente, esperando o primeiro escorregão para apontar seu dedão acusador: “Eu sabia que, um dia, esse cara iria aprontar!” Tolerar é fingir que aceita, mantendo sua mão na coronha da arma.
Respeito vem com conhecimento. De si mesmo e do outro que você diz tolerar. Conheça aquele que você tolera. Conheça sua história e a história de sua crença, de sua etnia... logo, você vai deixar de tolerá-lo e vai, finalmente, tirar a mão dessa coronha.
Para tudo isso, alardeia-se a solução mágica: Tolerância.
Sou intolerante com a tolerância.
Não quero tolerar nada nem ninguém. Isso não deveria ser necessário. Quero respeitar e ser respeitado. E quero respeito verdadeiro, não aquele vindo de convenções sociais, também conhecidas como etiqueta, ou, pior, do medo.
Tolerar é aceitar algo ou alguém que, no fundo te incomoda. Quer saber? Isso não é suficiente. Todos que você tolera, vigia constantemente, esperando o primeiro escorregão para apontar seu dedão acusador: “Eu sabia que, um dia, esse cara iria aprontar!” Tolerar é fingir que aceita, mantendo sua mão na coronha da arma.
Respeito vem com conhecimento. De si mesmo e do outro que você diz tolerar. Conheça aquele que você tolera. Conheça sua história e a história de sua crença, de sua etnia... logo, você vai deixar de tolerá-lo e vai, finalmente, tirar a mão dessa coronha.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Gatos - por que não? (1)
Outro dia eu estava passando pelo site do Paulo Henrique Amorim: conversa afiada. Lá, ele tem uma página em que deixa claro para que público o site está dirigido:
“ O Conversa Afiada é um site de informação e opinião. Nesses tempos de intensa polêmica sobre o papel (lamentável) da mídia na campanha presidencial que passou, é importante fazer as seguintes observações para que o internauta não se deixe enganar. O Conversa Afiada não gosta de:
1) FHC
2) Daniel Dantas (1 e 2 são fenômenos da mesma natureza, como breve se demonstrará).
3) Rede Globo
4) Imprensa farisaica (3 e 4 são fenomenos da mesma natureza, como ficou luminosamente demonstrado na última eleição).
5) O Corvo do Lavradio
6) Ronaldo dito “o fenômeno”
7) C. R. Flamengo
8) Quem fala mal do Rio
9) Quem fala mal de nordestino
10) Brasília
11) Pós-moderno
12) Dry Martini com uma gota a mais de Martini
13) SUVs
14) Filme de terror
15) Amsterdam Avenue
16) Urna eletrônica
17) Gatos”
Vou ignorar todo o resto da lista. Para mim, uma lista que começa com “para quem NÃO gosta de...” é sinal de que o cara que escreveu é um chato. Não confie em quem quer ser conhecido pelo que não gosta.
Agora, atenção especial para o último item. Gatos?
Que tem ele contra os gatos? O que qualquer pessoa tem contra gatos? Já ouvi muita gente dizendo que não gosta de gatos, mas ninguém conseguiu me explicar de uma forma que eu entendesse.
Não estou lançando um desafio, não. Estou pedindo ajuda... Expliquem-me.
“ O Conversa Afiada é um site de informação e opinião. Nesses tempos de intensa polêmica sobre o papel (lamentável) da mídia na campanha presidencial que passou, é importante fazer as seguintes observações para que o internauta não se deixe enganar. O Conversa Afiada não gosta de:
1) FHC
2) Daniel Dantas (1 e 2 são fenômenos da mesma natureza, como breve se demonstrará).
3) Rede Globo
4) Imprensa farisaica (3 e 4 são fenomenos da mesma natureza, como ficou luminosamente demonstrado na última eleição).
5) O Corvo do Lavradio
6) Ronaldo dito “o fenômeno”
7) C. R. Flamengo
8) Quem fala mal do Rio
9) Quem fala mal de nordestino
10) Brasília
11) Pós-moderno
12) Dry Martini com uma gota a mais de Martini
13) SUVs
14) Filme de terror
15) Amsterdam Avenue
16) Urna eletrônica
17) Gatos”
Vou ignorar todo o resto da lista. Para mim, uma lista que começa com “para quem NÃO gosta de...” é sinal de que o cara que escreveu é um chato. Não confie em quem quer ser conhecido pelo que não gosta.
Agora, atenção especial para o último item. Gatos?
Que tem ele contra os gatos? O que qualquer pessoa tem contra gatos? Já ouvi muita gente dizendo que não gosta de gatos, mas ninguém conseguiu me explicar de uma forma que eu entendesse.
Não estou lançando um desafio, não. Estou pedindo ajuda... Expliquem-me.
livros, quadrinhos, cinema, teatro, rock
gatos felinos bichos de estimação
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