Tudo muda quando se tem um animal em casa. Não é por nenhum motivo transcendental. Você simplesmente acaba se defrontando com sua própria origem. Afinal, o ser humano não passa disso mesmo... um animal. Não importa em que você acredite. Isso não muda.
Tenho ódio àqueles raciocínios em que se baseiam certos desocupados quando querem criticar alguém que tenha animais ou que se dedique a eles: “1 - Por que você não gasta esse dinheiro com uma criança, em vez de com esse bicho?” ou: “2 - Primeiro, temos que cuidar das pessoas, depois a gente pensa nos bichos!”.
Para os dois, as respostas:
1- Você não quer comparar o custo de se cuidar de um cachorrinho com o de se criar uma criança. Além disso, uma criança é criada para assumir seu papel na sociedade e contribuir com seu desenvolvimento. Um cachorrinho nasce, cresce e morre e ninguém, além do dono, precisa saber que ele existiu. E, para começo de conversa, quem disse que você tem o direito de dizer o que cada um deve fazer com o dinheiro que ganha? (A não ser que estejamos falando de criminosos e políticos corruptos. Mas, nestes casos, o dinheiro nem deveria estar nas mãos deles.)
2- Quanto a cuidar das pessoas em primeiro lugar... convenhamos. É o que estamos fazendo desde que surgimos neste planeta. Por isso ele está desse jeito. Não, eu não acho que essa espécie, que já passou dos 6 bilhões de exemplares, ainda tenha prioridade sobre todas as outras. Ela já colheu seu quinhão de destruição. O que o ser humano precisaria agora seria assumir suas responsabilidades com o meio ambiente.
Mas hei de concordar que existem certas... excentricidades.
No Animal Planet (canal por assinatura) há um reality show que mostra a vida de criadores de cães de competição. Um casal, em especial, chama a atenção. Eles criam galgos (aqueles cachorros magros, corredores). Um episódio foi especialmente perturbador. Eles estavam prestes a levar os cachorros a um dos concursos e resolveram contratar uma mulher que se dizia uma “doutora Dolittle” telepata. “Como eles estão se sentindo, agora que estamos perto do campeonato?”, perguntou a dona dos cães. “Eles sabem que tem algo se aproximando e estão ansiosos”, respondeu a leitora de mentes de cachorros. Perguntas vazias com respostas-padrão, criadas com o único objetivo de agradar ao cliente, que paga um montante de 700 dólares por consulta.
No programa do Fausto Silva, neste último domingo, surgiu uma gatoterapeuta. Não é uma terapeuta para as maluquices felinas. É mais uma guru de auto-ajuda, que tenta passar lições de autoconhecimento e amor-próprio através da observação do comportamento dos gatos. Não faltou nem a clássica: “Os gatos têm um sexto sentido...” Mais engraçado ainda foi quando um dos famosos, donos de gatos, entrevistados sobre seus bichinhos, disse que o olhar dos gatos parece perscrutar a alma de quem os fita. Deixe-me esclarecer uma coisa sobre isso: gatos têm olhares penetrantes por que são caçadores que tocaiam suas presas. Ou seja, observam, vigiam e atacam. Daí seu olhar penetrante e fixo.
Também tinha um criador profissional que mantinha um tigre. Até entrou na jaula e deu comida na boca do bicho. Terminou a apresentação dizendo que animais só precisam de respeito e carinho. Que a reação do bicho vem da forma como ele foi criado, como se fosse um computador vazio, cujo desempenho vai sendo moldado ao bel-prazer do dono. Pura irresponsabilidade. Animais são seres vivos. Dentro daquelas cabeças, existem cérebros que, mesmo menores do que os nossos, existem para auxiliá-los em sua sobrevivência. Pitbull é um ser vivo. Com plena capacidade para, um dia, escolher desobedecer a seu dono. Já vi treinadores dizendo que era impossível para um pitbull bem-treinado desobedecer as ordens do dono. Queria saber onde ele escondeu a tomada daquele cão. Até onde eu sabia, ele estava falando de um ser vivo, não de uma máquina cuja tomada se pode desligar.
domingo, 2 de dezembro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Todos os animais procuram a sobrevivencia... e não existe ninguem que tem dominio sobre qualquer raça capaz de impedir quando o "animal" decide caçar e/ou matar...
Somos todos da mesma familia.
HAHAHHAHA QUERIA ESCREVER ALGO BOM, MAS FICOU UMA MERDA!
BJOCA
Postar um comentário