"Adote um Gatinho" começou seus trabalhos em 2003. As fundadoras são as paulistanas Susan Yamamoto e Juliana Bussab. Somente em 2007 a instituição foi oficializada como uma ONG. O trabalho consiste, basicamente, em resgatar bichanos abandonados ou que sofrem maus-tratos, cuidar para que restabeleçam sua saúde e encontrar um novo lar para eles.
Falando assim, parece fácil.
Utilize cinco minutos de raciocínio e você vai ver como não é.
Se sua imaginação não é das mais desenvolvidas, então visite o site delas: http://www.adoteumgatinho.org.br/. Preste atenção especial aos boletins. Ali, elas expõem os casos mais escabrosos. Assustador como o ser humano consegue agredir de forma tão covarde bichinhos que não têm como se defender. Existem ainda os abandonados, o que pode até não ser uma violência direta, mas demonstra uma covardia de igual dimensão.
O trabalho delas é fantástico. Têm seus empregos, mas dispensam várias horas livres resgatando gatos ou entregando-os aos novos donos.
Minha esposa é uma dessas novas donas. Entrou no site, respondeu ao questionário, marcou o dia e recebeu um gatinho tigrado das mãos da Susan. Pois é... o cuidado delas é tão grande que visitam pessoalmente cada lar de adoção para ter certeza de que estão entregando o animal a um ambiente saudável e seguro.
Engraçado mesmo é como o trabalho delas é menosprezado.
Eu estava esperando assistir à participação delas no programa do Jô Soares para escrever este post. Queria saber como ele trataria o assunto. Ok, concordo que o programa tem o único objetivo de entreter e, para isso, o Jô não se importa em humilhar, menosprezar, fazer piadas grosseiras e ignorar fatos. Contudo, não ser um programa de jornalismo e, sim, de entretenimento não justifica a indiferença a assuntos sérios.
"Sérios?!" – você poderia perguntar. Sim, sérios.
Ou você realmente acha natural a forma como esses animais são tratados por uma parcela assustadora da população? Quem tem o ímpeto de desferir uma paulada na cabeça de um bichinho desses demonstra que tipo de caráter? Vingador? Está vingando o quê? Um miado? Justiceiro, talvez? Desde quando maus-tratos a seres inocentes virou justiça?
O Jô tratou o assunto com desdém, desde a apresentação das meninas (fazendo um biquinho horrendo e falando como se estivesse falando com crianças mimadas) até a apresentação das fotos dos gatos maltratados, assunto a que não deu o devido respeito e reflexão. Ele chegou até a insinuar uma piada de mau gosto envolvendo o marido de Juliana (que estava na platéia) e castração.
Quero deixar claro que não defendo o trabalho delas só porque gosto de gatos. Eu gosto, sim, convivo muito bem com os dois aqui de casa. Mas também gosto de cachorros, pássaros, peixes, lagartixas... Não conseguiria matar um rato, se ele aparecesse por aqui. Defendo o trabalho delas e critico o descaso do Jô Soares por dois motivos: primeiro, é um trabalho nobre de defesa daqueles que não têm como se defender; segundo, Jô Soares, assim como Chico Buarque e outros “intocáveis”, não é infalível, por mais que muitos setores da imprensa tentem nos convencer disso.
Outra tecla sobre a qual quero bater: dizer que essas meninas poderiam estar usando essa energia para ajudar pessoas. Oras bolas... todos precisam de ajuda. Humanos, cachorros, gatos... Cada um sacrifica-se para ajudar conforme sua vocação! E não venha com essa conversa fiada de que o ser humano tem prioridade! Ele tem alguns milhares de anos de prioridade e veja o que anda fazendo com o planeta!
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Evolução - 3
Esta é rápida.
Ainda existem pessoas que confundem evolução com carreirismo.
Evolução, do latim evolutione, biologicamente falando significa: processo de formação ou surgimento de novas espécies preexistentes. Consiste, basicamente nas mudanças necessárias à sobrevivência de uma espécie, adaptando-se a um meio ambiente, através da reprodução contínua, eliminando gradativamente os indivíduos cujas características não são ideais à situação.
Também se considera evolução como sinônimo de crescimento, melhoria.
Não sei quanto a vocês, mas considero evoluir, como ser humano, um processo de acúmulo de valores intelectuais. Adicionar conhecimento, habilidades, senso crítico etc.
Perseguição irracional de salário e promoção profissional não é sinônimo de evolução. No máximo, é carreirismo. Se suas promoções são conseqüências naturais de sua evolução como ser humano, parabéns a você. Se são resultados de buscas agressivas, sacrifícios pessoais e nulidade pessoal, preocupe-se. Você anda lendo muitos livros de auto-ajuda e dando ouvidos demais aos MBAs da vida. Melhore-se. Você não vai deixar muita coisa para trás, quando morrer. A melhor contribuição que você pode dar à posteridade é fazer parte do processo real de evolução da humanidade.
Ainda existem pessoas que confundem evolução com carreirismo.
Evolução, do latim evolutione, biologicamente falando significa: processo de formação ou surgimento de novas espécies preexistentes. Consiste, basicamente nas mudanças necessárias à sobrevivência de uma espécie, adaptando-se a um meio ambiente, através da reprodução contínua, eliminando gradativamente os indivíduos cujas características não são ideais à situação.
Também se considera evolução como sinônimo de crescimento, melhoria.
Não sei quanto a vocês, mas considero evoluir, como ser humano, um processo de acúmulo de valores intelectuais. Adicionar conhecimento, habilidades, senso crítico etc.
Perseguição irracional de salário e promoção profissional não é sinônimo de evolução. No máximo, é carreirismo. Se suas promoções são conseqüências naturais de sua evolução como ser humano, parabéns a você. Se são resultados de buscas agressivas, sacrifícios pessoais e nulidade pessoal, preocupe-se. Você anda lendo muitos livros de auto-ajuda e dando ouvidos demais aos MBAs da vida. Melhore-se. Você não vai deixar muita coisa para trás, quando morrer. A melhor contribuição que você pode dar à posteridade é fazer parte do processo real de evolução da humanidade.
domingo, 2 de dezembro de 2007
Catálogo da fauna do transporte público paulista -2
Lesma sem troco (Paradus catracus) – Um molusco. Habita especialmente os ônibus, principalmente na região das catracas. Alterna momentos de agilidade (no momento de adentrar o veículo, empurrando e furando filas) com a mais profunda e irritante inação (quando chega em frente ao cobrador). É facilmente reconhecida por carregar bolsas de várias camadas. Em geral, guarda na menor e mais escondida a nota de 50 reais com a qual pretende pagar por sua passagem, além do bilhete único, que deixa para retirar somente depois de guardar o sofrido troco.
Animais de estimação
Tudo muda quando se tem um animal em casa. Não é por nenhum motivo transcendental. Você simplesmente acaba se defrontando com sua própria origem. Afinal, o ser humano não passa disso mesmo... um animal. Não importa em que você acredite. Isso não muda.
Tenho ódio àqueles raciocínios em que se baseiam certos desocupados quando querem criticar alguém que tenha animais ou que se dedique a eles: “1 - Por que você não gasta esse dinheiro com uma criança, em vez de com esse bicho?” ou: “2 - Primeiro, temos que cuidar das pessoas, depois a gente pensa nos bichos!”.
Para os dois, as respostas:
1- Você não quer comparar o custo de se cuidar de um cachorrinho com o de se criar uma criança. Além disso, uma criança é criada para assumir seu papel na sociedade e contribuir com seu desenvolvimento. Um cachorrinho nasce, cresce e morre e ninguém, além do dono, precisa saber que ele existiu. E, para começo de conversa, quem disse que você tem o direito de dizer o que cada um deve fazer com o dinheiro que ganha? (A não ser que estejamos falando de criminosos e políticos corruptos. Mas, nestes casos, o dinheiro nem deveria estar nas mãos deles.)
2- Quanto a cuidar das pessoas em primeiro lugar... convenhamos. É o que estamos fazendo desde que surgimos neste planeta. Por isso ele está desse jeito. Não, eu não acho que essa espécie, que já passou dos 6 bilhões de exemplares, ainda tenha prioridade sobre todas as outras. Ela já colheu seu quinhão de destruição. O que o ser humano precisaria agora seria assumir suas responsabilidades com o meio ambiente.
Mas hei de concordar que existem certas... excentricidades.
No Animal Planet (canal por assinatura) há um reality show que mostra a vida de criadores de cães de competição. Um casal, em especial, chama a atenção. Eles criam galgos (aqueles cachorros magros, corredores). Um episódio foi especialmente perturbador. Eles estavam prestes a levar os cachorros a um dos concursos e resolveram contratar uma mulher que se dizia uma “doutora Dolittle” telepata. “Como eles estão se sentindo, agora que estamos perto do campeonato?”, perguntou a dona dos cães. “Eles sabem que tem algo se aproximando e estão ansiosos”, respondeu a leitora de mentes de cachorros. Perguntas vazias com respostas-padrão, criadas com o único objetivo de agradar ao cliente, que paga um montante de 700 dólares por consulta.
No programa do Fausto Silva, neste último domingo, surgiu uma gatoterapeuta. Não é uma terapeuta para as maluquices felinas. É mais uma guru de auto-ajuda, que tenta passar lições de autoconhecimento e amor-próprio através da observação do comportamento dos gatos. Não faltou nem a clássica: “Os gatos têm um sexto sentido...” Mais engraçado ainda foi quando um dos famosos, donos de gatos, entrevistados sobre seus bichinhos, disse que o olhar dos gatos parece perscrutar a alma de quem os fita. Deixe-me esclarecer uma coisa sobre isso: gatos têm olhares penetrantes por que são caçadores que tocaiam suas presas. Ou seja, observam, vigiam e atacam. Daí seu olhar penetrante e fixo.
Também tinha um criador profissional que mantinha um tigre. Até entrou na jaula e deu comida na boca do bicho. Terminou a apresentação dizendo que animais só precisam de respeito e carinho. Que a reação do bicho vem da forma como ele foi criado, como se fosse um computador vazio, cujo desempenho vai sendo moldado ao bel-prazer do dono. Pura irresponsabilidade. Animais são seres vivos. Dentro daquelas cabeças, existem cérebros que, mesmo menores do que os nossos, existem para auxiliá-los em sua sobrevivência. Pitbull é um ser vivo. Com plena capacidade para, um dia, escolher desobedecer a seu dono. Já vi treinadores dizendo que era impossível para um pitbull bem-treinado desobedecer as ordens do dono. Queria saber onde ele escondeu a tomada daquele cão. Até onde eu sabia, ele estava falando de um ser vivo, não de uma máquina cuja tomada se pode desligar.
Tenho ódio àqueles raciocínios em que se baseiam certos desocupados quando querem criticar alguém que tenha animais ou que se dedique a eles: “1 - Por que você não gasta esse dinheiro com uma criança, em vez de com esse bicho?” ou: “2 - Primeiro, temos que cuidar das pessoas, depois a gente pensa nos bichos!”.
Para os dois, as respostas:
1- Você não quer comparar o custo de se cuidar de um cachorrinho com o de se criar uma criança. Além disso, uma criança é criada para assumir seu papel na sociedade e contribuir com seu desenvolvimento. Um cachorrinho nasce, cresce e morre e ninguém, além do dono, precisa saber que ele existiu. E, para começo de conversa, quem disse que você tem o direito de dizer o que cada um deve fazer com o dinheiro que ganha? (A não ser que estejamos falando de criminosos e políticos corruptos. Mas, nestes casos, o dinheiro nem deveria estar nas mãos deles.)
2- Quanto a cuidar das pessoas em primeiro lugar... convenhamos. É o que estamos fazendo desde que surgimos neste planeta. Por isso ele está desse jeito. Não, eu não acho que essa espécie, que já passou dos 6 bilhões de exemplares, ainda tenha prioridade sobre todas as outras. Ela já colheu seu quinhão de destruição. O que o ser humano precisaria agora seria assumir suas responsabilidades com o meio ambiente.
Mas hei de concordar que existem certas... excentricidades.
No Animal Planet (canal por assinatura) há um reality show que mostra a vida de criadores de cães de competição. Um casal, em especial, chama a atenção. Eles criam galgos (aqueles cachorros magros, corredores). Um episódio foi especialmente perturbador. Eles estavam prestes a levar os cachorros a um dos concursos e resolveram contratar uma mulher que se dizia uma “doutora Dolittle” telepata. “Como eles estão se sentindo, agora que estamos perto do campeonato?”, perguntou a dona dos cães. “Eles sabem que tem algo se aproximando e estão ansiosos”, respondeu a leitora de mentes de cachorros. Perguntas vazias com respostas-padrão, criadas com o único objetivo de agradar ao cliente, que paga um montante de 700 dólares por consulta.
No programa do Fausto Silva, neste último domingo, surgiu uma gatoterapeuta. Não é uma terapeuta para as maluquices felinas. É mais uma guru de auto-ajuda, que tenta passar lições de autoconhecimento e amor-próprio através da observação do comportamento dos gatos. Não faltou nem a clássica: “Os gatos têm um sexto sentido...” Mais engraçado ainda foi quando um dos famosos, donos de gatos, entrevistados sobre seus bichinhos, disse que o olhar dos gatos parece perscrutar a alma de quem os fita. Deixe-me esclarecer uma coisa sobre isso: gatos têm olhares penetrantes por que são caçadores que tocaiam suas presas. Ou seja, observam, vigiam e atacam. Daí seu olhar penetrante e fixo.
Também tinha um criador profissional que mantinha um tigre. Até entrou na jaula e deu comida na boca do bicho. Terminou a apresentação dizendo que animais só precisam de respeito e carinho. Que a reação do bicho vem da forma como ele foi criado, como se fosse um computador vazio, cujo desempenho vai sendo moldado ao bel-prazer do dono. Pura irresponsabilidade. Animais são seres vivos. Dentro daquelas cabeças, existem cérebros que, mesmo menores do que os nossos, existem para auxiliá-los em sua sobrevivência. Pitbull é um ser vivo. Com plena capacidade para, um dia, escolher desobedecer a seu dono. Já vi treinadores dizendo que era impossível para um pitbull bem-treinado desobedecer as ordens do dono. Queria saber onde ele escondeu a tomada daquele cão. Até onde eu sabia, ele estava falando de um ser vivo, não de uma máquina cuja tomada se pode desligar.
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