A dúvida do momento é a seguinte: o trânsito de São Paulo melhorou (um pouquinho) graças à restrição da circulação de caminhões e às férias escolares?
Pelo visto, só teremos a resposta em agosto...
Será que vão dizer que a culpa do trânsito reside nos ônibus, ciclistas e pedestres?
Enquanto isso, tem gente reclamando da tal "lei seca". Nesse caso, a pergunta mais importante é apenas esta: "Tá reclamando do quê, cachaceiro?"
segunda-feira, 21 de julho de 2008
domingo, 20 de julho de 2008
Batman
Não sou do tipo que idolatra um filme só por ser adaptação de história em quadrinhos. Minha tendência é concordar com Alan Moore, que se diz contrário às adaptações de suas obras (embora eu não acredite que ele é contrário a embolsar algum). Sem radicalismos, claro.
Já vi o trailer da adaptação de Watchmen e não me empolguei como a maioria dos nerds de plantão. Visualmente, o diretor está fazendo um trabalho excepcional. É o que ele fez em 300. Mas, como 300, vale lembrar que a qualidade visual foi sua única qualidade indiscutível. Todo o resto, desde a própria escolha do tema até os acréscimos que ele fez à história de Frank Miller, merecem críticas menos entusiastas.
Mas não é para falar sobre Watchmen que escrevo este post. Para saber minha opinião sobre essa incrível HQ, leia aqui: http://waltertierno.blogspot.com/2007/10/watchmen.html
Estou aqui para falar sobre Batman, o cavaleiro das trevas.
De longe, este é o melhor filme que já vi baseado num personagem dos quadrinhos. Digo isso porque não o considero uma adaptação, simplesmente. Ele merece o privilégio de ser considerado um bom FILME. Não, não é o melhor do ano, peço perdão aos nerds entusiasmados. Mas é muito bom. Enquanto Hulk e Homem de Ferro podem ser considerados boas adaptações de quadrinhos de super-heróis, Batman é uma peça que dispensa conhecimento prévio do personagem. Claro que você precisa assistir a Batman Begins, mas estamos falando de uma franquia independente, que não cobra o fardo de você ser um “iniciado” para entender o que diabos está acontecendo ali.
Esqueça aquela outra franquia iniciada por Tim Burton em 1989. Se você ainda tem coragem de admitir que prefere aquelas atrocidades, é melhor parar de ler este post. A grande qualidade do primeiro foi a série animada derivada. A do segundo foi Michele Pfeiffer desfilando com a fantasia de couro da Mulher Gato. A dos outros dois... bem, não houve qualidade nenhuma neles.
Já vi o trailer da adaptação de Watchmen e não me empolguei como a maioria dos nerds de plantão. Visualmente, o diretor está fazendo um trabalho excepcional. É o que ele fez em 300. Mas, como 300, vale lembrar que a qualidade visual foi sua única qualidade indiscutível. Todo o resto, desde a própria escolha do tema até os acréscimos que ele fez à história de Frank Miller, merecem críticas menos entusiastas.
Mas não é para falar sobre Watchmen que escrevo este post. Para saber minha opinião sobre essa incrível HQ, leia aqui: http://waltertierno.blogspot.com/2007/10/watchmen.html
Estou aqui para falar sobre Batman, o cavaleiro das trevas.
De longe, este é o melhor filme que já vi baseado num personagem dos quadrinhos. Digo isso porque não o considero uma adaptação, simplesmente. Ele merece o privilégio de ser considerado um bom FILME. Não, não é o melhor do ano, peço perdão aos nerds entusiasmados. Mas é muito bom. Enquanto Hulk e Homem de Ferro podem ser considerados boas adaptações de quadrinhos de super-heróis, Batman é uma peça que dispensa conhecimento prévio do personagem. Claro que você precisa assistir a Batman Begins, mas estamos falando de uma franquia independente, que não cobra o fardo de você ser um “iniciado” para entender o que diabos está acontecendo ali.
Esqueça aquela outra franquia iniciada por Tim Burton em 1989. Se você ainda tem coragem de admitir que prefere aquelas atrocidades, é melhor parar de ler este post. A grande qualidade do primeiro foi a série animada derivada. A do segundo foi Michele Pfeiffer desfilando com a fantasia de couro da Mulher Gato. A dos outros dois... bem, não houve qualidade nenhuma neles.
Esqueceu aqueles? Ótimo. A história de Batman no cinema recomeçou com o pé direito. E só melhorou na continuação.
Desde a direção mais do que competente de Christopher Nolan até a brilhante interpretação de Ledger como o Coringa, tudo funcionou como se espera de um filme como esse. Aliás, vale falar um pouco mais sobre Ledger. Jack Nicholson é, com perdão do trocadilho, carta fora do baralho. Ledger levou para o túmulo o Coringa definitivo. Com sua morte, aliás, não se perde apenas um personagem. Perde-se um ator que, pelo que mostrou em seu último filme, traria uma competência como há muito não se via no cinema. Para a cinessérie de Batman, ele deixou a tarefa inglória para qualquer ator superar seu coringa.
O roteiro de Batman não deixa nada a desejar aos críticos mais exigentes. Sim, estamos falando de um filme de ação e suspense, sobre um milionário que se veste como um morcego e sai para caçar bandidos à noite. Por isso, não espere um compromisso restrito com a realidade física e social. Para começo de conversa, Gotham City não existe, caso você ainda não saiba. Estamos falando de ficção e metáforas. Gotham é um pedaço da sociedade ocidental que está implodindo em uma decadência antropofágica.
Os personagens são um dos maiores trunfos do filme. De um lado, Batman é a resposta psicótica e violenta que o cidadão comum deseja mas repugna em discursos politicamente corretos. Harvey Dent é o herói obcecado que anda no fio da navalha entre o que acredita ser o certo e as concessões que acaba aceitando para alcançar seu nobre objetivo. Gordon é o herói que já aceitou todos os sacrifícios que sua busca por justiça cobra. Contra eles, além dos mafiosos, está o Coringa. Ele é a representação máxima do caos. Nolan não se entregou à obviedade de mostrar sua origem, como tentou Tim Burton (que cometeu uma atrocidade ao mostrá-lo como assassino dos pais de Bruce Wayne...). Em vez disso, o Coringa de Ledger surgiu como uma força da natureza. Um mentiroso (ele conta diversas versões para a origem de suas cicatrizes), manipulador e incrivelmente inteligente. Um personagem sedutor. Bíblico, até. Sua obsessão por Batman é inevitável. Ele só existe porque o cavaleiro das trevas existe e esta é uma perspectiva assustadora para Gotham City. Batman é o mal necessário que representa uma esperança de ordem, mas também é um ímã para todos os malucos psicóticos que, como ele, tentam dar algum sentido à sua dor. Ele é a solução e a causa de todos os problemas que a cidade enfrenta e ainda irá enfrentar.
Até aí, caso você não saiba, nenhuma novidade, além do fato de Nolan levar para as telas questões que foram exploradas à exaustão nas histórias em quadrinhos. Seu mérito, no entanto, não está na originalidade. Está na escolha das qualidades que ele transporta das páginas em quadrinhos para a frente das câmeras.
Você nunca leu nenhuma história em quadrinhos de Batman? Embora eu lamente que você não tenha tido o privilégio de apreciar obras-primas como O Cavaleiro das Trevas de Miller ou a Piada Mortal de Moore, eu asseguro que você pode assistir a Batman, o cavaleiro das trevas despreocupadamente. Claro que se você for do tipo que só assiste a filmes “cabeça”, daqueles que só se vêem em festivais, filmados em algum país do qual só você ouviu falar, em uma língua para a qual não se acha tradutores, que exigem a leitura prévia de cinco filósofos e que você só entende se já tiver visto o formato do umbigo do diretor... então Batman não é para você.
Se você gosta de ir ao cinema para se divertir, mas odeia quando os produtores e diretores subestimam sua inteligência, então pode assistir a Batman sem preocupações. Você vai se divertir. E sua inteligência terá sido respeitada.
Desde a direção mais do que competente de Christopher Nolan até a brilhante interpretação de Ledger como o Coringa, tudo funcionou como se espera de um filme como esse. Aliás, vale falar um pouco mais sobre Ledger. Jack Nicholson é, com perdão do trocadilho, carta fora do baralho. Ledger levou para o túmulo o Coringa definitivo. Com sua morte, aliás, não se perde apenas um personagem. Perde-se um ator que, pelo que mostrou em seu último filme, traria uma competência como há muito não se via no cinema. Para a cinessérie de Batman, ele deixou a tarefa inglória para qualquer ator superar seu coringa.
O roteiro de Batman não deixa nada a desejar aos críticos mais exigentes. Sim, estamos falando de um filme de ação e suspense, sobre um milionário que se veste como um morcego e sai para caçar bandidos à noite. Por isso, não espere um compromisso restrito com a realidade física e social. Para começo de conversa, Gotham City não existe, caso você ainda não saiba. Estamos falando de ficção e metáforas. Gotham é um pedaço da sociedade ocidental que está implodindo em uma decadência antropofágica.
Os personagens são um dos maiores trunfos do filme. De um lado, Batman é a resposta psicótica e violenta que o cidadão comum deseja mas repugna em discursos politicamente corretos. Harvey Dent é o herói obcecado que anda no fio da navalha entre o que acredita ser o certo e as concessões que acaba aceitando para alcançar seu nobre objetivo. Gordon é o herói que já aceitou todos os sacrifícios que sua busca por justiça cobra. Contra eles, além dos mafiosos, está o Coringa. Ele é a representação máxima do caos. Nolan não se entregou à obviedade de mostrar sua origem, como tentou Tim Burton (que cometeu uma atrocidade ao mostrá-lo como assassino dos pais de Bruce Wayne...). Em vez disso, o Coringa de Ledger surgiu como uma força da natureza. Um mentiroso (ele conta diversas versões para a origem de suas cicatrizes), manipulador e incrivelmente inteligente. Um personagem sedutor. Bíblico, até. Sua obsessão por Batman é inevitável. Ele só existe porque o cavaleiro das trevas existe e esta é uma perspectiva assustadora para Gotham City. Batman é o mal necessário que representa uma esperança de ordem, mas também é um ímã para todos os malucos psicóticos que, como ele, tentam dar algum sentido à sua dor. Ele é a solução e a causa de todos os problemas que a cidade enfrenta e ainda irá enfrentar.
Até aí, caso você não saiba, nenhuma novidade, além do fato de Nolan levar para as telas questões que foram exploradas à exaustão nas histórias em quadrinhos. Seu mérito, no entanto, não está na originalidade. Está na escolha das qualidades que ele transporta das páginas em quadrinhos para a frente das câmeras.
Você nunca leu nenhuma história em quadrinhos de Batman? Embora eu lamente que você não tenha tido o privilégio de apreciar obras-primas como O Cavaleiro das Trevas de Miller ou a Piada Mortal de Moore, eu asseguro que você pode assistir a Batman, o cavaleiro das trevas despreocupadamente. Claro que se você for do tipo que só assiste a filmes “cabeça”, daqueles que só se vêem em festivais, filmados em algum país do qual só você ouviu falar, em uma língua para a qual não se acha tradutores, que exigem a leitura prévia de cinco filósofos e que você só entende se já tiver visto o formato do umbigo do diretor... então Batman não é para você.
Se você gosta de ir ao cinema para se divertir, mas odeia quando os produtores e diretores subestimam sua inteligência, então pode assistir a Batman sem preocupações. Você vai se divertir. E sua inteligência terá sido respeitada.
livros, quadrinhos, cinema, teatro, rock
Batman o cavaleiro das trevas,
Batman the dark knight,
quadrinhos do Batman
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Coisas sobre Anardeus
Anardeus não é homofóbico.
O que ele não tem é saco para agüentar enrustidos que não têm coragem de assumir sua preferência e descontam sua frustração em qualquer pobre-coitado que cruza sua linha de tiros.
Anardeus não discrimina ninguém por ser homossexual. Se ele não gosta da Ellen Degeneres, não é por ela ser lésbica. É porque ela é chata mesmo.
O que ele não tem é saco para agüentar enrustidos que não têm coragem de assumir sua preferência e descontam sua frustração em qualquer pobre-coitado que cruza sua linha de tiros.
Anardeus não discrimina ninguém por ser homossexual. Se ele não gosta da Ellen Degeneres, não é por ela ser lésbica. É porque ela é chata mesmo.
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